António Torrado dá-nos notícia na TSF (notas de autor de hoje) de alguma da sua atividade,
no teatro (com a Companhia de Teatro a Jangada, de Lousada a encenar com José Carretas a sua peça “à boca do
Inferno”, e na escrita (com a Editora
Lápis de Memórias de Coimbra a publicá-la),
em ambas pegando na Lenda de que D. Afonso Henriques seria filho de Egas
Moniz e que então foi criado por este, aqui próximo , em Cárquere – Resende. Apostado,
diz, em agitar as consciências, desafia o país, que já não é novo, para a abertura
do túmulo do Primeiro Rei para que se faça a comparação do seu ADN com o de D.
Teresa.
Ao ouvirmos a TSF, que amiúde nos brinda com estas estórias
da Cultura, ficou-nos a imagem de um António Torrado, qual bobo da corte, de máscara, num desempenho jovial a esbracejar, a dar saltos e volteios, ou então,
em pose mais solene a bater as necessárias pancadas de Moliére, para que o
auditório que anda apático e macambúzio, preste atenção e se aperceba que está
aí um momento para curar a alma, e ganhar
energias, para largar esta angústia peganhenta e enfrentar a crise do país!
Obrigado António Torrado, devemos ver a peça e comprar o Livro, o país merece que
esta tentativa de agitação, seja um esforço partilhado, porque afinal“ (…) do escândalo, népia…nem uma agulha buliu na quieta melancolia dos
pinheiros do caminho(…)”
P.S. As lendas terão ou não algum fundamento de verdade. Mas há também a História. O peso de ambas, o saber, tradição e memória das gentes destas terras, são recursos que deveriam ser melhor aproveitados principalmente pelo Turismo, pelo retorno de desenvolvimento que isso trás ao interior, de belezas imensas, com outros potenciais, como é o Douro, por exemplo. Temos na região uma ligação de Eça de Queirós a Baião e a Resende; Santo António a Castelo de Paiva, Serpa Pinto a Cinfães, mas temos sido daltónicos e ainda não percebemos que "são de ouro os ovos desta galinha"!
Foto do Mosteiro de Sta. Maria de Cárquere - Resende - Portugal
Este mosteiro está ligado ao chamado "Milagre de Cárquere", (a outra versão da lenda) segundo o qual aqui teria ficado perfeitamente saudável e recuperado de uma deficiência de nascença o nosso primeiro rei (D. Afonso Henriques) na zelosa companhia de seu aio, D. Egas Moniz.
escreveu, Martinho Rocha